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Resistance 3



Quem se lembra de Resistance? Quem gostou muito de Resistance 2? São poucos, mas também, eles nunca foram exemplos categóricos para o gênero dos jogos de tiro em primeira pessoa. Traziam sim suas qualidades, com uma história interessante - uma invasão alienígena nos anos 40 - e armas pouco convencionais. Mas não foram referência na hora que você precisou citar os 10 jogos que você mais gostou. Talvez isso mude comResistance 3.

Colocar lado a lado Resistance 3 e seus antecessores é de uma crueldade sem igual. O jogo nem parece que seguiu do mesmo DNA. Mesmo sua primeira demo, apresentada durante a E3 2011 é diferente da versão final. É impressionante como os gráficos interagem com o efeito 3D (opcional) sem parecerem redundantes - do tipo "vou jogar algo na sua cara só porque é 3D". O recurso trabalhou bem o que o jogo lhe oferece, apesar de deixar o visual um pouco mais escuro (nada que uma nova regulagem no brilho não corrija).

A história começa exatamente depois dos acontecimentos de Resistance 2. Natan Hale, o herói dos dois primeiros jogos está morto, e o responsável por sua morte foi Joseph Capelli, SÓ o protagonista do terceiro jogo. Isso, caso você já tenha começado a me xingar, não é spoiler algum, são apenas os acontecimentos retratados do jogo anterior logo no começo de Resistance 3. Get over it.

A angústia de não conseguir exergar um futuro melhor nem para ele próprio, muito menos para sua família (esposa e filho), dá o tom do jogo inteiro. O pessimismo ao olharmos para o horizonte e prestigiarmos os humanos aniquilados e os seres extraterrestres dominantes faz a gente pensar: "Por que caralhos eu estou me dando ao trabalho de ajudar esse cara?!". Mas essa tensão no ar é essencial para o bom andamento da história e o coloca no clima de "sem salvação". Isso e mais o sistema hardcore de vitalidade do personagem.

Leite com pêra? Aqui não!

Resistance 3 trouxe de volta um sistema abandonado lá atrás pelos jogos de tiro em primeira pessoa: a barra de vida. Nada de geléia de morango na sua cara, sem essa de ficar abaixado e escondidinho até que sua vida volte ao normal. A geração Call of Duty (sem contar o primeiro jogo) vai ter que se acostumar com a vida limitada e os míseros 'life packs' na cansativa luta contra as Quimeras de R3.

Mas não se preocupem, pois não é o caso. A vida em Resistance 3 não é tão curta ao ponto de irritá-lo, e é só você não bancar o herói dos filmes de ação dos anos 90 que tudo ficará bem. A não ser, é claro, que você se depare com um alien tipo aranha gigante, e precise enfrentá-lo no mano a mano, tête-à-tête. Aí, meu amigo, encontre um local seguro para se abrigar e tenha muita paciência para acertar os pontos fracos do bichão.

O arsenal de Capelli é o ponto alto do jogo. Ao todo são 12 armas e mais quatro tipos de granadas. Algumas já são conhecidas dos veteranos, como a arma que dispara um plasma que atravessa paredes ou a Magnum dos tiros explosivos, mas temos brinquedos novos no arsenal também: uma arma congelante, outra que dispara gás venenoso e até alguns tipos inéditos de granadas. Tem até um martelão pesado para evitar que balas sejam gastas com inimigos menores.

Todas essas armas possuem uma espécie de tiro secundário e a possibilidade de sofrerem upgrades de acordo com a sua utilização. A Dead Eye, por exemplo, é um tipo de sniper que seu disparo secundário gera uma descarga de energia com força suficiente para atravessar mais de um inimigo por vez. Já o Atomizer, que dispara raios contínuos, gera um pilar de energia que atrai para si todo inimigo que se aproximar, incinerando-o instantaneamente. Para alcançar os níveis máximos de cada arma, basta que você a use constantemente. Facinho.

Chama a galera aí!



multiplayer de Resistance 3 perdeu um pouco da sua robustez (era possível um cooperativo de até oito jogadores e 60 no competitivo, em RE2) e agora conta com até 16 jogadores e a possibilidade de jogar o modo história (oficial) com um amigo. Segundo os produtores do jogo, isso foi para que a jogatina online ocorresse de forma mais rápida, já que salas de 60 pessoas eram muito difíceis de serem preenchidas.

Aí temos praticamente os mesmos modos de jogo, mas com uma ou outra variação. A principal delas decorrente dos pontos adquiridos durante as partidas, que são automaticamente convertidos em buffs automáticos - do tipo "mate quatro jogadores e ganhe um escudo de energia". São tantos e tão variados (incluem força, velocidade, mira, stamina, etc) que possivelmente você não vai enjoar tão rápido do jogo.

Além dos buffs, temos habilidades intrínsecas à classe escolhida. São quatro ao todo, e podem ser personalizadas com armas e demais acessórios, basta que você alcance determinado nível de experiência para liberar todo arsenal. Já fique avisado que as armas que vêem através das paredes (e realizam disparos assim também) são as mais devastadoras no multiplayer online.

Não é difícil nos depararmos com certos bugs no jogo. Cenários que travam, cutscenes que deveriam, mas não acontecem e os já famosos cadáveres que não param de se mexer. A maioria dos problemas que já acontecia em Resistance 2, reapareceu no terceiro capítulo do jogo. Quase sempre não interfere no bom andamento do jogo, mas incomoda em certos momentos, principalmente nos casos de jogos multiplayer (co-op).

Resistance 3 é o melhor jogo da franquia, que permanecia, de certa forma, apagada dentro do contexto dos grandes exclusivos da Sony. Agora com essa nova investida Quimera, não é nada difícil pareá-lo com os peixes grandes da empresa. Só faltou uma certa coragem para trabalhar o final do jogo, que não condiz com todo o panorama que eles nos mostraram em quase 6 horas de campanha single player. Culhões, galera! Dêem ao povo o que eles não querem, não o que eles esperam!









Dead Island



A quantas anda o bom costume de terminar um jogo antes de colocá-lo à venda? Essa onda de atualizações e 'suporte vitalício' a um determinado título começou a forçar a amizade. Dead Island, um dos jogos mais esperados do segundo semestre chegou, e causou. A versão para computadores recebeu uma atualização logo de cara devido aos seus inúmeros bugs - entre eles, a possibilidade de entrar em um modo de visão em terceira pessoa que não deveria existir -, e a do Xbox 360 parece trazer alguns bugs, mas nada que comprometa a jogatina. O problema mesmo é no PS3, que Dead Island corrompe o save do seu progresso caso você queira experimentar um pouco do multiplayer, o modo mais importante do jogo. Como diria nosso amicíssimo Boris Casoy, "Isto é uma vergonha!".

Você preferiria ter ido à Acapulco

Dead Island é aquele tipo de terror que você não espera encontrar. Não ali, debaixo daquele sol escaldante, com a água cristalina do mar, as belas mulheres semi-nuas, natureza exuberante e uma ilha fictícia e paradisíaca nas proximidades de Papua Nova Guiné. Mesmo assim, é no hotel cinco estrelas da ilha que toda a matança acontece. E acredite, isso tudo se mescla com perfeita harmonia.

O jogo é bem bonito e em pouco mais de uma hora, já o convence de que você está ferrado. Sozinho numa ilha cheia de zumbis, sem perspectivas de ser resgatado por alguém, ainda precisamos obedecer às ordens do chefe do grupo de regufigados, só porque o tal vírus zumbi parece não surtir efeito em você. Que mundo cão é esse, MEU DEUS?! Mas beleza, tudo pelo bom andamento do jogo.

É possível escolher entre quatro personagens: Xian Mei, funcionária do hotel, Sam B, rapper fracassado que só se deu bem com uma música na vida, Logan, ex-jogador de futebol americano, que teve sua carreira encerrada por causa de uma contusão no joelho, e Purna, ex-policial, gata e agora segurança particular de bacanas. Cada um deles possui uma certa facilidade em aprimorar habilidades especiais à medida que vai evoluindo. Tenha-os como 'jobs', daqueles de Final Fantasy. Aliás, Dead Island tem todo um quê de RPG, seja na escolha do personagem, na evolução da classe, nos atributos especifícios ou nas missões. Nada muito exigente como Deus Ex: Human Revolution, mas que agracia com sua presença.

Uma pilha, um chiclete e muita imaginação

Assim como em Dead Rising 2, a personalização do seu armamento é uma das partes mais interessantes do jogo. Toda a mecânica utilização de armas (brancas) em Dead Island tem o seu charme. Durabilidade, gêneros e estilos de manuseio, são todos levados em consideração ao personagem (classe) escolhido e sua evolução durante o jogo.

Ao coletar certos itens, é possível juntá-los e formar um novo tipo de arma. O já conhecido taco de basebal com pregos nas pontas, uma granada caseira, um lança-chamas feito com desodorante, você só precisa carregar os materiais necessários. Até um facão que dá choque enquanto corta zumbis ao meio está no menu.

É possível realizar upgrades em cada um dos objetos, separadamente. Você pode aumentar a resistência e força do seu taco comprando pontos para ele. Eles são caros, mas compensam no resultado final, ainda mais se mesclados com as habilidades intrínsecas da 'skill tree' que remetem  à resistência e facilidade de manuseio de certo armamento.

As armas de fogo são os itens mais poderosos do jogo, mas também os mais raros. O foco de Dead Island é esse combate corpo a corpo em primeira pessoa, e a dificuldade em encontrar armas durante o percurso está exatamente nessa 'realidade' que os desenvolvedores da Deep Silver aplicaram ao game: "Que férias são essas que existem armas para todos os lados?", disse um dos produtores.

Bem, da nossa parte poderíamos perguntar: "Que hotel é esse que deixa lata de refrigerante jogado em qualquer lugar?". Maior falta de higiene também...

Você tem medo de melequinha?



Gore. Não dá para descrever o mundo de Dead Island sem essa palavra. Piscinas ensanguentadas, corpos boiando, gente sendo devorada no meio da rua, pedaços de braços e pernas espalhados pelo cenário. Nada fora do normal, afinal, trata-se de um jogo que supostamente precisa lhe botar medo. E ele consegue?

Não fossem as milhares de latas de energéticos e barras de cereal espalhadas pelo cenário, o pseudo realismo é bastante convincente. A geração 'frango do lixo' de jogos como Final Fight marca presença com os itens de recuperação de energia. As latinhas abertas estão por todo o lugar. É só pegar e degustar aquele líquido delicioso, sem gás e provavelmente, quente. Yummy!

Outro ponto que acaba estragando um pouco a imersão do jogador é a questão dos itens do cenário. Cadeiras de praia que não se mexem, guarda-chuvas, latas de lixo, tudo ali sempre estático, imperturbável. Andar de carro pela praia e não estragar um guarda-sol ou mochila sequer, é frustrante. É tudo muito bonito, mas não há interação alguma, como se estivéssemos em uma pintura, imutável.

Se não bastasse isso tudo, ainda temos a questão dos veículos poderem circular dentro d'água, sem o menor pudor. E eles também sobem paredes e encostas montanhosas, porém, tornam-se reféns de uma mochila jogada no chão. Maldito obstáculo intransponível!

Um probleminha aqui, outro ali #NOT

A maior mancada da Deep Silver foi entregar um jogo feito às pressas ao consumidor. Logo de cara um patchpara computadores foi lançado, com a esperança de corrigir uma série de problemas que o jogo causava durante sua reprodução. Agora, no PS3 a coisa fica um pouco pior, impossibilitando o usuário até de jogar o modo multiplayer.

O que acontece é que o seu save automático simplesmente é apagado, impedindo-o de acumular troféus (eles aparecem, mas não são contabilizados) e de avançar na história. O problema, segundo fóruns e demais jogadores, está no modo online de Dead Island. Caso você participe de uma partida multiplayer com algum jogador, ou mesmo se apenas estiver conectado à rede, seu save não será validado, ignorando qualquer progresso que você possa vir a ter. Jogadores (eu incluso) afirmam que você consegue evoluir até, mais ou menos, o nível 13, e depois disso retorna automaticamente (após desligar seu console) ao nível 3, mais ou menos, com ponto de loadout no final da primeira grande missão - a tomada da torre de enfermagem.

Não há uma previsão de lançamento de um patch que corrija esses problemas. Pessoas ligadas à empresa afirmam que essa situação é prioridade aos desenvolvedores da Deep Silver. Enquanto isso, os jogadores de PS3 têm de explorar a ilha sozinhos, e aguardam, ansiosamente, uma resolução para o problema.

Dead Island é diferente do que você está acostumado a jogar, é uma boa válvula de escape ao tradicional FPS, mas, por causa desses inúmeros problemas na entrega do produto final, fica difícil creditá-lo com uma boa avaliação. Afinal, quem gosta de produto quebrado?

Ps.: A família que aparece no trailer de Dead Island aparece logo no começo do jogo, morta, é claro.












Resident Evil 4 HD



Para comemorar o aniversário de 15 anos de sua franquia mais rentável – comemoração esta que rolou em pesoaqui no GameTV em meados de março – a Capcom, pouco mercenária que é, resolveu lançar um de seus maiores clássicos modernos no formato mais recorrente dos últimos anos. Resident Evil 4 HD já está disponível tanto na Live Arcade quanto PSN por módicos 1.600 MS Points ou 20 dólares, respectivamente. 

RE4
 foi um dos jogos mais aclamados e influentes da geração passada – e por que não desta? –, mas será que essa “nova” iteração faz valer realmente uma quarta compra? Digo isso porque esta foi a quarta vez que compreiRE4: primeiramente no GCN em 2005, mais tarde numa versão que “nunca viria a existir, do contrário cabeças rolariam” de PS2 e mais tarde na dita versão definitiva, para Wii.

 

Moto-serra, ovo de galinha e fóssil parasita

Se você aí, jogador metido a “hardcore”, que gasta horas e horas com seu headset devidamente acoplado, enfiado em partidas fervorosas de algum FPS de guerra/pseudo-sci-fi qualquer, nunca jogou RE4, trate de criar vergonha na cara e tentar se redimir deste erro grosseiro agora mesmo. A oportunidade está bem debaixo do seu nariz.

RE4 é o precursor do estilo difundido e aprimorado por uma das  séries mais amadas da atual geração de consoles – Gears of War. O próprio criador e pai dos Locusts e COGs já admitiu isso em uma série deentrevistas. E sim, só estou usando isso como subterfúgio para convidar você, que nunca jogou RE4, a olhar e apreciar o game com a devida importância.

Seis anos após o lançamento original, acho meio redundante comentar sobre a trama do jogo, mas lá vai: Após o fim de Raccoon City em RE3, a universalmente conhecida Corporação Umbrella – responsável pelas catástrofes que todos conhecemos e amamos nos jogos anteriores da série - não conseguiu se manter por muito tempo e decretou estado de falência. Leon Kennedy, o policial novato protagonista de RE2, agora experiente e recrutado como um agente especial, é enviado a uma vila recôndita da Espanha para uma missão confidencial: resgatar a filha do presidente dos Estados Unidos, então abduzida por um grupo cultista desconhecido.

Leon invade a vila, descobre que um parasita da época jurássica está causando um estado de abstinência comportamental na população local – que agora se vê controlada pelo líder do grupo religioso Los Illuminados,Osmund Saddler – e ainda se depara com sua antiga paixão, tida como morta, Ada Wong. Some a isso um biólogo ex-policial mulherengo, um ex-camarada das antigas, um castelão aspirante a Napoleão Bonaparte e mais um sem fim de aberrações que desafiam as leis da boa natureza. Em outras palavras, tudo que um verdadeiro Resident Evil precisa para ser bom.

Aproveitando a deixa, um adendo: Ouço muita gente por aí criticando fervorosamente a trama e os personagens da série RE. Por esses, só lamento. Esperar um filme de Ingmar Bergman colocando um de Lloyd Kaufman para rolar é, no mínimo, imbecil, e é exatamente este o caso. RE sempre será filme B/trash da melhor qualidade e nunca houve pretensão nenhuma para tentar ser diferente. Ou será que uma frase do tipo “sounds more like an alien invasion to me” daria certo dentro de que outro contexto? Funciona perfeitamente para aquilo que se propõe e, partindo desse pressuposto, temos aqui uma das tramas mais divertidas da série.



Mas e o tal HD do título?


Você, aficionado por RE4, que está para terminar o jogo pela décima terceira vez, sabe que existem por aí uns tais patchs não oficiais para a versão de PC que tornam o game um verdadeiro luxo até para a atual geração de consoles. Caso detenha conhecimento desta versão, este relançamento para Live e PSN pode vir a ser uma decepção. Caso não, não há do que reclamar aqui: todos os extras da versão de PS2 – o jogo paralelo com Ada Wong, os personagens a mais no modo Mercenaries, as roupas adicionais para Leon e Ashley – estão presentes e tudo com o visual mais caprichado das versões de Wii/GCN.

Os tempos de carregamento são rápidos, não há queda na taxa de quadros por segundo – nem mesmo em momentos onde há um grande número de inimigos na tela –, há uma melhoria discreta, mas que faz diferença, na paleta de cores, além de, por fim, terem desaparecido as tarjas pretas do falso widescreen que assombrou até mesmo a versão de Wii.

Nada mudou na parte da jogabilidade – a visão continua por cima dos ombros, o inventório de itens é lidado exatamente como no jogo Diablo e não, não há como andar e atirar. Os controles ficaram muito bem adaptados aoXbox e no PS3 temos algo exatamente como visto em sua versão de PS2. Mas é claro que a Capcom poderia ter adicionado qualquer coisa que seja nessa nova versão, como um “obrigado” àqueles que colecionam RE4 na estante de casa.

Infelizmente, no ocidente, não houve uma versão física deste lançamento, o qual, no oriente, recebeu uma edição requintada, trazendo uma coleção apetitosa de brindes e presentes aos fãs da série, além de trilha sonora e de todos os games principais em mídia até RE4, tudo em estojos caprichados, como você pode ver (e salivar) na foto:



O grandissíssimo ponto negativo fica para a versão de PSN não ter suporte ao Move. Mancada braba da Capcom, pois é praticamente de conhecimento popular que RE4 no Wii funciona de maneira impecável e soberba. Não custaria nada ter levado um tempinho a mais para lançar o game com esse excepcional extra.

No mais, RE4 HD é RE4, um dos jogos mais importantes e influentes da última década. Com relação a esta versão em particular, as críticas surgem aqui e ali, mas ainda assim estamos falando da magnus opus de Shinji Mikami, em seu ápice criativo. Garanto que 3,67 GB não serão tão bem ocupados no HD de seu console favorito. Vá sem medo e não se esqueça: “Morir es vivir”.













Gears of War 3


Já se passaram quase cinco anos desde que vimos os Locusts emergirem no E-Day em Gears of War. Na época os jogadores foram surpreendidos com gráficos belíssimos e uma jogabilidade de correr-se-proteger-atirar.Gears of War 2 trouxe um pouco mais de conteúdo e profundidade para a história, mas sem tirar o foco da sede dos fãs por sangue Locust. Gears of War 3 é o desfecho da trilogia, e, por incrível que pareça, conseguiu superar os outros dois jogos de todas as maneiras possíveis.


Marcus Fenix está andando pela Raven’s Nest, uma embarcação na qual os sobreviventes de Jacinto adotaram como casa depois que quase tudo foi destruído pela inundação e pelos ataques com o Hammer of Dawn. Já se passaram 18 meses desde o episódio de Jacinto e agora todos estão tentando seguir a diante com as suas vidas.

Marcus entra em um dos quartos da Raven’s Nest e encontra o seu amigo de infância, e leal companheiro de batalha, Dominic Santiago. Ele está cultivando uma horta improvisada e podemos observar que ele não é mais o mesmo. Ostentando uma barba cheia, cabelos mais compridos e uma atitude mais introspectiva, fica visível que o personagem ainda está se recuperando dos acontecimentos de Gears of War 2.

Logo em seguida a ação começa e não para mais até o final do jogo. Marcus descobre que o seu pai ainda está vivo e possui uma solução para o problema com os Lambets, uma nova raça de inimigos que são diferentes tipos de Locusts infectados por Imulsão. O protagonista parte em busca dele e a história toma diferentes rumos durante as suas 10 horas de jogo.

Apesar de oferecer diferentes modos multiplayers, o grande foco de Gears of War 3 está mesmo na campanha principal. Se no passado a série foi criticada por não dar muita ênfase à história, ou, quando dava, exagerava demais na dramaticidade, aqui o jogo acerta em cheio.


Repleto de momentos que emocionam, o jogo intercala cenas memoráveis com ação frenética o tempo todo, de modo que o jogador não consegue desviar a atenção em momento algum. O ritmo nunca cai, nenhuma sequência é chata ou repetitiva, e a todo momento são apresentados inimigos novos e cada vez mais bizarros.

Também vimos diferentes cenários que trazem mais cores ao universo tão cinza de Gears of War. Não cabe aqui dizer especificamente os lugares que você vai explorar com o esquadrão Delta para não estragar a surpresa, mas você ficará muito satisfeito em ver os novos locais retratados na Unreal Engine.

Os Lambets também trazem um brilho especial ao jogo, já que toda vez que você trucida um monstro ele explode em uma gosma brilhante. O jogador também é incentivado a usar todas as diferentes armas. Cada uma possui uma finalização diferente; Basta chegar perto do seu inimigo caído no chão e apertar um botão do controle para ver cenas violentas de execução.



Uma das grandes novidades de Gears of War 3 é o sistema de “nível” que deixa registrado absolutamente tudo que você faz durante o jogo. Quais armas já foram usadas, quantas mortes foram executadas com cada arma, quais finalizações você fez, quantos inimigos você matou, quais inimigos, quantos de cada raça, enfim, absolutamente tudo.

Sem dúvidas esse é um grande incentivo para os jogadores explorarem todo o conteúdo ao invés de se prenderem apenas a determinadas armas ou simplesmente matar os inimigos de longe ao invés de os executarem. É um jogo que tem altas chances de ser explorado mais de uma vez devido ao altíssimo fator replay.

A inteligência artificial do Esquadrão Delta também foi melhorada significativamente. Agora quando você cai durante uma batalha, sempre há alguém prontamente ao seu lado para te reanimar. Caso não haja ninguém por perto, você tem alguns segundos para rastejar até o seu colega mais próximo para pedir ajuda.
Já os seus inimigos parecem ter perdido um pouco da inteligência. As vezes você ficará ao lado deles e eles vão continuar aturando contra os outros membros do Esquadrão Delta ao invés de lidar com você. Algumas vezes é possível perder um tempo recarregando a arma bem ao lado deles porque eles simplesmente não vão fazer nada contra você pois estão muito ocupados com os seus companheiros.
Algumas vezes também é possível atravessar o cenário correndo e serrar os seus inimigos ao meio, já que eles continuam escondidos sob a cobertura de suas proteções vendo você chegar. Mas a ação vem de todos os lados, não são poucos os inimigos que você tem que lidar e isso não tira o brilho da experiência. 

Ao apertar o botão “LB” do controle, o jogador pode ver qual é o seu objetivo atual, onde estão os seus colegas de equipe e para onde deve ir. São detalhes simples mas que fazem toda a diferença e incentivam principiantes a querer jogar.

Os jogadores brasileiros também possuem a opção de jogar com legendas em português brasileiro. Todo o conteúdo foi traduzido e o serviço foi muito bem feito. O linguajar meio agressivo dos marmanjos (inclusive das mulheres) não sofreu edição e todos os palavrões e frases grosseiras foram traduzidos. Os diálogos foram traduzidos com fidelidade e a adaptação ficou muito boa.

Batalha de Lancers

Gears of War também é conhecida por ser um jogo extremamente divertido no modo cooperativo, e em Gears of War 3 é possível jogar co-op local com outro jogador em tela dividida ou em até 4 pessoas no modo online.

Caso você não tenha experiência com a série, é possível jogar no modo Casual, mas do contrário o modo Normal está bem acessível e, apesar de prover um pouco mais de desafio, não chega nem perto de ser impossível. O modo Difícil foi feito justamente para os fãs que gostam de desafios mais pesados. Quando o jogador termina o modo Difícil pode destravar o Insane, e aí sim vai vir uma chuva de balas, inimigos, roncos de serra elétrica e o escambau pra cima de você sem dó nem piedade.

No modo Horda 2.0 você e o seu time enfrentam ondas de inimigos que vão ficando cada vez mais fortes, e a cada três ondas o grupo enfrenta um chefão. A grande novidade é que agora os jogadores podem acumular dinheiro como recompensa e comprar equipamentos para auxiliar na batalha.


A Epic notou que em Gears of War 2 os jogadores roubavam Boom Shields dos Boomers, quando estes eram abatidos, para tornar algumas áreas do mapa mais seguras. Por conta disso agora os jogadores podem bolar a sua própria estratégia e investir em cercas farpadas, morteiros, armadilhas e outras traquitanas para equipar o seu campo de batalha.

No Horde 2.0 todas as estatísticas dos jogadores são registradas, de modo que mesmo estando no mesmo time, você vai querer competir com os seus companheiros para ver quem se sujou mais de sangue inimigo.

Outra novidade é o modo Besta, no qual você joga na pele dos inimigos. Este modo é extremamente divertido. Você pode escolher lutar como um pequeno e irritante Ticker ou como o grandalhão Boomer. Cada personagem possui um ponto forte, por exemplo, os Tickers passam despercebidos pelo cenário e conseguem chegar mais perto dos seus rivais justamente por não chamar atenção, mas morrem assim que tomam algum dano.

Já os Boomers possuem grande resistência e poder de fogo, mas são extremamente lentos e demoram muito para se locomover. São detalhes que farão os jogadores terem curiosidade para experimentar todas as classes até escolher a sua preferida.

Além destes modos também há o Capture the Leader, no qual um jogador é escolhido como líder para ser caçado pelos outros participantes,  Execution, no qual os jogadores precisam se eliminar somente através de execuções brutais, King of the Hill, onde os times que competem um contra o outro precisam dominar diferentes pontos do cenário, Wingman, onde até quatro times com duas pessoas cada precisam se eliminar, Team Deathmatch, que é um mata-mata entre equipes e Warzone, um Team Deathmatch mais frenético e sem respawn, ou seja, se o jogador foi morto, não tem mais nenhuma chance.

Os modos multiplayer estão muito mais práticos, de forma que os novatos que quiserem experimentar já vão saber logo de cara qual é o objetivo, o que é necessário fazer, comprar e como lutar.

Irmãos até o fim

Gears of War 3 é um dos grandes títulos do ano. A história conta o desfecho da trilogia e responde questões que foram deixadas em aberto, além de prover momentos memoráveis e muito emocionantes. O ritmo do jogo não cai em momento algum. Toda hora você é surpreendido com novos inimigos, novas armas, novos cenários e novas reviravoltas.

O modo multiplayer provém muitas horas adicionais de diversão e está muito bem estruturado. Qualquer jogador pode pegar o controle e se divertir. O modo co-op também traz uma perspectiva diferente ao jogo, já que você está o tempo todo de olho nos seus colegas e ao mesmo tempo correndo para realizar mais mortes do que eles.

Um jogo memorável, cheio de momentos fantásticos e ação frenética, Gears of War 3 não irá decepcionar os fãs da franquia e com certeza vai conquistar os novatos que ainda não experimentaram o gosto de sangue Locust.